sábado, 8 de dezembro de 2007

Mais uma temporada de desfiles Outono/Inverno esta chegando, será que desta vez eles serão inclusos?

Por Janaina Assis

Num país com tantas misturas étnicas, é raro se ver propagandas e desfiles que possuam negros, mulatos e mestiços em seus castings. A que se deve essa ausência? Alguns atribuem ao fato do consumo de griffes ser de uma maioria que se denomina “branca” e que possui uma classe social mais alta. Segundo o agente de modelos Bruno Soares, em entrevista ao portal terra, "Além do preconceito racial, o preconceito social é muito mais forte", disse.

Nos grandes eventos de moda brasileiros é visivel ausência de modelos negros nos castings, fato que já gerou até manifestação em uma das edições do SPFW de uma agência especializada neste segmento. Este ano na edição de Verão do Fashion Rio não foi diferente, o que surpreendeu o britânico Michael Roberts, editor da revista Vanity Fair. "O Brasil deveria aproveitar mais sua diversidade. É uma vergonha", disse Roberts, também ao portal Terra.

Em entrevista para o site do Fashion Rio, Sergio Mattos, diretor da agência 40º graus afirma. "Falta negro, mulato e mestiço. Falta também carioca. É um absurdo, num país como o nosso uma semana de moda apresentar desfiles com 98% de loiros de olho verde".

Nos bastidores sabe-se que boa parte dessa ausência é por opção dos estilistas ou empresários que selecionam o casting que ira representar sua coleção, entre os modelos já se sabe que determinados estilistas e griffes não se coloca negros ou mulatos em seus desfiles.

Para o modelo Rafael do Vale que participou de vários castings no Fashion Rio: “Todo ano é a mesma coisa, e quando colocam negro em desfile botam um ou dois para deixar claro que é uma atitude politicamente correta”.


Infelizmente não é só por parte dos estilistas e empresários que rola essa discriminação, no backstage entre os proprios modelos há um pré-conceito como relata a modelo Renata Alves, que já sofreu com a discriminação em um casting na SPFW de um estilista que não gosta de negros em seus desfiles:" Entre alguns modelos (principalmente os que vem do Sul) rola um certo preconceito, alguns são bem racistas”.
“Na moda ainda há profissionais despreparados, imaturos que apesar de terem consciência de que vivemos num país miscigenado, limitam o acesso do negro ao setor. Algumas de minhas modelos foram recusadas no São Paulo Fashion Week sem motivos plausíveis”. Afirma o empresário Helder Dias, proprietário da agência HDA Models, a maior agência especializada em modelos negros no País em entrevista ao site Mundo Negro.


No cenário da moda sergipana felizmente os modelos que mais tem se destacado são os negros e mulatos da agência Mega Model/Aju, sendo que alguns já fizeram trabalhos em eventos e campanhas pelo pais e estão cotados para o mercado internacional.
Samantha Urban propietária da agência Mega Model/Aju comenta: "Particularmente, como dona de agência , tenho um cast de negros ativos no mercado muito boa, e sempre que posso opinar sobre a escolha de modelos pra algum evento ,os meus modelos negros estão em peso. Acho um grande desperdício um país como o nosso onde existem tantos modelos negros em potencial podendo fazer uma grande diferença num evento de moda não serem valorizados".

Anne Marjorie, modelo da Mega Model Agency/Aju, diz: “O mercado de trabalho para o modelo negro esta crescendo, as agências do exterior estão vindo ao Brasil a procura de modelos negros. Mas ainda a muito preconceito".
Mais uma temporada esta chegando, e a pergunta continua: Será que desta vez eles serão inclusos?Conheça os modelos da Mega Model/Aju. Fotógrafo Fábio Pamplona (www.fabiopamplona.com).
Modelos: Francis Rayzely, Renata Alves, Hoffman Vançã, João Paulo, Anne Marjorie,Kelly Miranda, Victor Rocha e Ana Paula Nogueira.






















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